Tuesday, May 29, 2007

A Intermitência

"Il y a des périodes d'intermittence
pour un amour vivant, pendant lesquelles
nous savons que nos aimons mais
nous ne le sentons point.
Ces intermittences du coeur"

Sartre, 203

Era incomunicável. Saía pela cidade e os objectos desfeitos
do mundo. Só o escorrer do corpo das coisas, como se os meus
olhos acompanhassem o movimento a desfazer-se, uma massa
instântanea reanimada, qualquer coisa ainda a penetrar a
intermitência, a luta pelo empenhamento do sangue. Da memória.
Da Vida.

Cristiana Veiga Simão, Âmbar Sépia Café

Sucess is counted sweetest
By those who ne'er succed.
To compreend a nectar
Requires sorest need.

Not one of all the purple Host
Who took the Flag today
Can tell the definition
So clear of Victory

As he defeated, dying
On whose forbidden ear
The distant strains of triumph
Burst agonized and clear!

Emily Dickinson



"Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar hacendo caminos,
caminos sobre la mar"

Antonio Machado

Um dia
o homem é posto à prova, interrogado
pelas areias moventes;
desaba sobre ele a tempestade
que o quer afogar.
Cautela com os animais de fogo!
Barco
Passou o tempo da viola.
Também não aceito cantar as Índias
mentirosas. Segue carta
explicando como a paz começa.
Tempestade
Há sempre um barco para embarcar,
um pé de videira para a sede.
No ano mais desabrigado da minha vida
não posso deixar que a tristeza
sujeite estes versos. Não quero deixar.
Mar
Eu estou a quase a nascer outra vez
após alguns tropeços e febres malignas,
estou na margem florida do meu continente.
Fundo
Não posso, não quero, não me vou deixar
transformar num poeta azedo.

Fernando Assis Pacheco - "Animais De Fogo", A Musa Irregular




Lavado E Perfumado
Fashion
Se lavas teu cabelo
em àgua perfumada,
não esfregues teu chapéu.
Se lavas teu corpo
em àgua flagrante
não sacudas tuas vestes.
O mundo odeia o que é claro e puro,
o homem sábio oculta seu fulgor.
Na margem do rio, um velho pescador.
Eu e ele regressamos juntos.
Fashion
Bebendo Solitário Na Falésia
Moneypulation
De copo de vinho na mão,
solitário, no alto da falésia.
Desde o início do mundo
estas rochas não pararam de crescer.
Levanto o copo, olho o céu, sorrio,
move-se o céu, empalidece o Sol.
Gostaria de ficar sentado nesta pedra,
para sempre, serenamente a pescar.
Enviarei o poema a um amigo, na montanha,
suplicando-lhe que cante de igual modo.
Moneypolution
Li Bai

1 comment:

Anonymous said...

Terruta just to tell you I do like your bloog.very interesting.
it is refreshing!nice pictures!nice words!
just keep it on!
bjs
frize (old chaminé)